Indignação

Hoje me deparei com a carta do leitor no "Jornal Agora", e causou-me extrema indignação, por várias pessoas estarem fazendo PRÉ-JULGAMENTO dos fatos.

A Técnica em Geomática, Eliane G. Flores - que assina a carta, foi muito feliz em suas colocações e eu tomo a liberdade de transcreve-la na integra, por endossar suas palavras:

Caros leitores, “comentaristas”, críticos... enfim, seres humanos

Somos indivíduos, únicos, no que diz respeito a genética e muito mais indivíduos únicos no que diz respeito ao “eu”, por mais semelhança que haja entre os seres, ninguém nunca será igual, serão sempre semelhantes.

Por mais que se eduque outro ser, ou se tente educá-lo, ele sempre será o “eu” totalmente individual, com suas aspirações, desejos, experiências, a forma como compreende, assimila o que é viver, assimila o que é ser alguém, e isso é em cada fase de sua vida. 

Qual, dos que criticaram os pais deste menino, já não foi criança e adolescente, ou ainda o é? Qual, dos que criticaram os pais deste menino, nesta fase de sua vida já não disse ao seu pai ou sua mãe que iria ali, mas foi lá? Qual, dos que criticaram os pais deste menino, já não mentiu por suas próprias conveniências de seu “eu” individual? 

Bem... então este que se considera livre destas situações, pode atirar a primeira pedra, mas senão... então considere-se como a este jovem de 15 anos que fatalmente perdeu a vida por não conseguir assimilar o que lhe foi ensinado, ou que, talvez por valores mais nobres, justamente pelo que lhe foi ensinado estivesse naquele momento naquela hora somente tentando apoiar um amigo, este menino porém tinha somente 15 anos, ainda estava descobrindo e tentando compreender o mundo à sua volta da forma como ele enxergava este mundo. Fazer críticas a uma família que acaba de perder seu filho é mostrar-se tão desumano e inconsequente quanto ao que apertou o gatilho, e isto em nada se assemelha a uma pessoa de valores nobres, realmente preocupada ou tampouco interessada nas mudanças que devem haver nos valores ainda tão enraizados nos corações dos seres humanos. 
Com isto quero dizer que cada um deve começar fazendo análise de seu próprio “eu”, e tendo conseguido compreender o quão iludido vive a respeito de si mesmo... que aproveite esta oportunidade e comece sua renovação e faça a diferença. 
Com relação ao comentário “onde estava a família deste menino”, gostaria de dizer que a família deste menino poderia estar aflita em casa preocupada por não saber-lhe o paradeiro e salientar mais ainda que se os órgãos do menino foram doados é porque esta família com certeza tem, em sua compreensão de vida, preocupação com seus semelhantes, faz a diferença, pois possui valores de bondade e responsabilidade não só no que faz mas no que diz também.

 Eliane G. Flores - Graduanda em Sistemas de Informação - Téc. em Geomática 

Acredito que as pessoas acham muito fácil tecer críticas sem apurar os fatos, se todos nós nos preocupássemos com coisas mais importantes dentro de nossos lares ou comunidade, além de criticar, talvez fatos lamentáveis como o que ocorreu, trazendo tristeza e dor para uma família de coração grande e puro, poderiam ser evitados.

Estamos de olho...